terça-feira, 29 de junho de 2010
Deusa do nada
Talvez a morte seja nossa única e verdadeira Deusa. Tudo o que nós fazemos é por medo dela. Criamos Deuses, magia, arte e palavras. Corremos e nos reproduzimos para tentar vencê-la, mas ela vem sempre comendo tudo que um dia existiu. Temos tanto medo dela que mentimos e fingimos que nada nunca muda. E ela vem galopando e devorando tudo o que existe. Tudo vai ficando escuro e nós continuamos dizendo que está tudo igual. Nosso medo nos domina e começamos a murmurar. Não adianta gritar, os animais gritam e não dá certo, eles também morrem. Nos achamos melhores que animais e inventamos coisas. Chamamos essas coisas de eternas e nos achamos melhor do que os animais. E no final tudo será comido pelo nada. Não haverá pessoas para lembrar de tudo nunca. Vamos morrer. Talvez já tenhamos morrido, mas nosso medo é tão grande que atiramos uns nos outros. Matamos-nos para não morrermos. Nossas obras espetaculares são mais importantes que nossos corpos. Melhor um homem morto que um sonho morto. Melhor um homem morto que uma alucinação morta. Melhor um homem morto que uma mentira morta. Melhor um homem morto. Morto.
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Nada não existe.
ResponderExcluiressa barbara sabe das coisas aieuhaie
ResponderExcluirO "nada" é uma referência a coisa alguma. É uma expressão apontando para o não ser. Logo ele é algo. Ele é um sentimento/idéia/expressão que se contrapõe ao sentimento de ser. Quando falamos "nada" já não falamos nada.
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